O QUE

Manifesto

ONDE

COMO TORNAR A DISCIPLINA DE INTERIORES RELEVANTE? Essa foi uma questão com a qual me deparei em 2016 quando recebi de Alex Avramov o convite para criar e coordenar a cadeira de Design de Interiores da EBAC. O que os alunos precisam como conteúdo e método  para criarem um olhar único, autoral, e ao mesmo tempo competitivo para seus futuros criativos? 

O mais difícil nesse processo de autocrítica da profissão foi eliminar a gordura, superar normas ou tendências em voga para alcançar a essência de onde reside a qualidade genuína de um projeto de interiores. Isso ao meu ver é o mais importante - a transformação do gosto em filosofia, ou disciplina. Na busca por esse “método” me deparei com certos conceitos que ao meu ver são fundamentais para o desenho de um bom espaço, independente de tipologia ou escala - LUZ; COR; MATERIALIDADE; NATUREZA; SENTIDOS.

Deixo de fora o termo ESPAÇO, mas justamente por esse ser o mais importante e relacionado diretamente à comunhão dos demais. O entendimento do espaço  pressupõe esses e demanda noções de escala, proporção, geometria. A liberdade de expressão ou do gesto requer um domínio de fatores racionais como função; circulação e permanência; ventilação entre outros. A qualidade do espaço é o nosso objetivo aqui e sua investigação é o método.

Mas a abordagem escolhida é a do olhar interno, HUMANO, e o que podemos trazer de nós para um ambiente físico. O espaço como elemento sensível, passível de transformação e amadurecimento, que aprende com o tempo. Acredito que não existe uma única verdade ou lei que rege o gosto e sim a construção de um pensamento - um processo criativo que envolve PESQUISA e ORIGINALIDADE.

Ao final, o mais importante para responder a questão inicial é romper a relação entre interiores e decor. Entender que solucionar um espaço não é resolvê-lo esteticamente seguindo padrões ou vícios de mercado. É investigá-lo, entendê-lo e transformá-lo, deixando um pouco de si no processo e também criando espaço para o OUTRO.