PROFISSÃO DESIGN-ARTIST
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Artigo
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Casa Vogue online
QUANDO
O estranho mundo de cores e formas de Katie Stout
No universo criativo, principalmente no design, o jovem talento enfrenta logo de cara uma dura realidade do mercado, em que os investimentos pessoais são altos e são relativamente poucas as figuras que apoiam novos criadores e procuram um olhar interessante antes de um produto acabado. Ainda mais quando esse olhar leva o designer à caminhos que fogem completamente dos padrões industriais ou tendências de mercado. Nesse cenário a norte-americana Katie Stout pode se considerar uma sortuda de mão cheia.
Katie, de apenas 26 anos, já coleciona exposições internacionais no currículo e é representada por uma das melhores galerias de design colecionável do momento – a Johnson Trading Gallery, em Nova York, na qual expôs sua primeira coleção ano passado e acabou também assumindo a vaga de diretora.
Justamente essas peças compõe a parte mais interessante de seu portfólio – são luminárias desenvolvidas em parceria com o ceramista Sean Gerstley em que as escolhas de cores e proporções ultrapassam tantos limites que fica difícil assimilar o trabalho de imediato. Só num segundo momento consegue-se superar o aspecto vibrante e perceber as outras camadas, como a rica textura de cada peça, criada pela própria designer ao pressionar o polegar contra a argila, gerando essas espécies de escamas e tornando cada luminária única.
Assossiadas às demais criações, percebe-se o seu interesse constante em criar objetos que reconfiguram radicalmente o espaço com sua presença exagerada, com influências que vão de Yayoi Kusama à Ettore Sottsass. Tudo isso com um toque manual e um certo aspecto de imperfeição, que justamente é o que tem atraido cada vez mais novos colecionadores e galeristas, segundo a própria Katie.
Talvez resida aí uma possível saída à questão inicial do jovem criador, assumir suas limitações/ imperfeições tomando partido delas, explorando e experimentando sem querer “simular” o que o objeto poderia ser ou qual seria seu contexto ideal, mas sim entendê-lo pelo que ele é, reconhecendo a força de sua estranhesa.
2015